Carta de los Afectados en Brasil en el Día Internacional Anti Chevron

El Foro de los Afectados por la Industria del Petróleo y Petroquímicas de la Bahía de Guanabara (FAPP-BG), entregaró una carta a la presidencia de Chevron, en el marco del Día Internacional Anti Chevron. En ella denunciaron el derrame de petróleo ocurrido en Campo de Frade en 2011, el desplazamiento forzado de familias por la actividad de la petrolera norteamericana en Regencia (Espíritu Santo), y su preocupación por las injusticias ambientales producidas por Chevron en países como Ecuador. Convocados por FAPP-BG, manifestantes llegaron a hasta las oficinas de la petrolera en Río de Janeiro para sumarse a las protestas mundiales contra la empresa y entregar la carta que compartimos a continuación.

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Duque de Caxias, 21 de maio de 2014

 À PRESIDÊNCIA DA CHEVRON

O Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas cercanias da Baia de Guanabara (FAPP-BG), que reúne representantes de movimentos sociais, organizações de pescadores, moradores, sindicatos de trabalhadores, ONGs, entidades ambientalistas, pesquisadores universitários, professores e estudantes do entorno da Baía de Guanabara, especialmente da Baixada Fluminense, vem por meio deste comunicar que integra o Dia de ação internacional contra a Chevron-Texaco. Assim, vimos protestar contra as injustiças ambientais e danos á saúde que a Chevron-Texaco vem trazendo para muitos povos, inclusive no Brasil. São exemplos dessas situações os atingidos pelo derramamento de óleo de Campo do Frade ( Campos ( RJ), 2011); Os afetados pelo fracking nos Estados Unidos, onde o Fraturamento hidráulico começou: muitas comunidades já estão atingidas, na água de beber, dos alimentos, de gases emanados pelo solo; Na Argentina, da mesma forma, a Chevron está destruindo a vida e a saúde de povos indígenas, pequenos e médios agricultores, assim como degradando o ambiente e ameaçando outras formas de vida; No Equador, a Chevron deixou sua marca quando operou na região amazônica do país com a autorização do governo militar, entre os anos de 1964 e 1992. Nesse período, despejou 17 milhões de galões de petróleo na região, formando piscinas de petróleo e de elementos tóxicos que foram responsáveis por inúmeras mortes e doenças das populações indígenas locais. O presidente Rafael Correa foi ao local em 2013 para pegar resíduos de petróleo dessas piscinas denunciando o que seria a “mão suja” da Chevron. A região contaminada tem mais de 3 mil quilômetros quadrados e ficou conhecida como a “Chernobyl da Amazônia ”. A Chevron chegou a ser condenada em 2011 a pagar US$ 9,5 bilhões pelos danos ambientais causados ao país, mas até hoje não pagou. Exigimos esse pagamento.

No Brasil, as injustiças ambientais e danos da Chevron não se limitam aos atingidos pelo derramamento de óleo de Campo do Frade ( Campos ( RJ), 2011), mas atingem outras localidades, como Regência, no Espírito Santo, onde famílias tiveram que abandonar suas terras pelos danos causados da extração de petróleo convencional pela Chevron. Com o cenário do Pré-Sal, preocupa-nos a ação da Chevron isoladamente ou em parceria com outras empresas, devido aos riscos desse tipo de atividade, dos estaleiros e portos que degradam o ambiente e acabam com a vida de populações tradicionais, como em Porto- Açu (RJ) e SUAPE (PE).

Aproveitamos para manifestar nossa rejeição ao uso do fracking ou faturamento hidráulico em terras brasileiras, assim como nos solidarizamos com todos os países onde a Chevron tem usado essa técnica, ainda que com o consentimento de governos locais. Exigimos o abandono dessa técnica que degrada os lençóis freáticos profundos e superficiais e ameaça a vida de seres humanos e de outras formas de vida, assim como a cultura de povos tradicionais. Exigimos o direito de consulta aos povos indígenas em relação ao uso de suas terras para exploração de petróleo convencional e não-convencional, bem como de outras atividades econômicas.

Defendemos a transição de um modelo petroleodependente que degrada e promove injustiças ambientais para modelos que contemplem alternativas energéticas que devem ser implementadas conforme o contexto local e a cultura dos povos, pensando-se antes para que se deseja produzir energia e na sustentabilidade com justiça ambiental..

Atenciosamente, pela Secretaria Colegiada,

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Sebastião Fernandes Raulino (99386-0788)

fappbg@gmail.com; sebastiaoraulino@gmail.comantichevron4 chevron brasil1 chevron brasil3